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Mira de Aire estende-se preguiçosamente na última vertente do Planalto de S. Mamede e tem a nascente, a serra que lhe deu o nome – Serra D’ Aire.
A seus pés, no verão, a inebriante Mata, que nos invernos e primaveras mais chuvosas enche de água o Polje Mira - Minde, classificado como sítio Rhamsar. Um local que no período de chuvas aglomera a abundante quantidade de águas subterrâneas que emergem do solo, das grutas e algares, tão caraterísticos da região.
De frente observa-a a imponente encosta do Planalto de Santo António, 300m encimados pelas Ventas do Diabo, antigas exsurgências (nascentes de água, bocas de algares), e depois o Mindinho.
O solo é, essencialmente, calcário e singularmente pedregoso, os seus terrenos são pobres e a irrigação quase impraticável, dada a alta permeabilidade do solo. Tamanha pobreza de recursos agrícolas forçaram a sua gente a romper pelo caminho que haveria de levá-los à prosperidade: o aparecimento de significativo número de indústrias, predominantemente têxteis.
O desenvolvimento das manufacturas das mantas levou os vendedores a alargar o seu campo de ação para além das vizinhanças e estenderem o seu comércio a todas as regiões do país e não só. Unidos pela camaradagem, vendedores e cardadores, para manter o segredo no seu negócio e nas suas conversas criaram uma linguagem secreta a que chamaram LAMURIA ou CALÃO - “Uma piação dos charais da Terrugem que os outros covanos não jordavam…” .
Mira de Aire, desmembrada de Minde, tornou-se freguesia em 1709.